segunda-feira, 10 de junho de 2013

Por que a ala mercenária e pequeno-burguesa dos médicos brasileiros tem medo dos seis mil médicos cubanos?


Recentemente um assunto polêmico vem tomando conta das principais vias de comunicação do nosso país. Sejam opiniões favoráveis ou não, o envio de seis mil médicos cubanos para o Brasil está abalando a hegemonia de nossa classe médica mercenária.

Ao anunciar sobre a vinda dos médicos cubanos ao Brasil, imediatamente o mercenário Conselho federal de Medicina lançou um manifesto contra a presença desses médicos no Brasil. Utilizou das maiores mentiras escrupulosas e jargões conhecidos por nossa direita reacionária para poder difamar os médicos cubanos. Jargões esses que conhecemos muito bem. Uma rápida pesquisa na internet e veremos meios de comunicações imparciais e totalmente burguesas rotulam os médicos cubanos de “escoria”, “guerrilheiros”, “terroristas”, “espiões comunistas”. Afirmam que o problema da saúde no Brasil é por conta da falta de atenção que o SUS oferece para os médicos, assim os recém-formados procuram sua estabilidade financeira montando consultórios particulares ou então recorrendo aos grandes hospitais da capital.


Sabemos muito bem que esta não é a realidade. Em parte, o Sistema Único de Saúde é deficiente sim, em oferecer uma péssima condição de saúde. Porem entendemos que na atual política neoliberal, essa deficiência é uma porta para as privatizações dos grandes hospitais públicos no Brasil. Como é o caso da EBSERH, que está privatizando os grandes hospitais universitários no país.

A vinda dos médicos cubanos para o Brasil representa um grande golpe na elite burguesa e mercenária dos médicos brasileiros. Médicos esses que nos últimos anos foram formados seguindo a “tese da virose”. Tese que trata o paciente, na maioria das vezes com uma doença grave, como se ele estivesse apenas com uma virose. Eu pergunto, onde esta o humanismo desses médicos? Será que esses médicos estão levando o seu juramento a sério? A resposta é simples e clara. Num país em que se ainda predomina um estereotipo de quem só é bem sucedido quem faz cursos de direito, medicina e engenharia, os estudantes dessa área estão apenas atrás do capital, se esquecendo de que o bem maior é cuidar das pessoas, cujo hoje em dia não se faz mais. Médicos capazes de formularem falsos diagnósticos ou simplesmente de tratar o paciente como qualquer apenas de olho no capital. Resumindo-se a logica de quanto maior o número de pacientes, maior seu capital.

Então o porquê do medo em relação aos médicos cubanos? Cuba é o país onde a medicina é tratada como um assunto sério. Os médicos lá formados não se rendem aos interesses financeiros, eles se formam para atenderem a população em geral, não se limitando apenas a pequena Ilha, mais indo a todos os continentes. Segundo a New England Journal of Medicine, “o sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso [dos EUA] não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante do que os EUA”. Desde 1963, com o envio da primeira missão médica humanitária à Argélia, Cuba trabalha no atendimento de populações pobres no planeta. Nenhuma outra nação do mundo, nem mesmo as mais desenvolvidas, teceu semelhante rede de cooperação humanitária internacional. Desde o seu lançamento, cerca de 132 mil médicos e outros profissionais da saúde trabalharam voluntariamente em 102 países. No total, os médicos cubanos trataram de 85 milhões de pessoas e salvaram 615 mil vidas. Atualmente, 31 mil colaboradores médicos oferecem seus serviços em 69 nações do Terceiro Mundo.

Recentemente em 2005, o Governo do Tocantins recorreu à ajuda de médicos cubanos já que o número de médicos não atendia a população do Estado. Uma centena de médicos cubanos reverteu à saúde daquele Estado. Assim, as entidades particulares, que lucravam encima da deficiência da saúde publica, viram-se ameaçada e em 2007 uma atitude covarde de um juiz, decidiu em primeira instancia a expulsão dos médicos cubanos. Vemos mais uma vez a prova de que os médicos brasileiros estão preocupados com o lucro, ao ponto de sucatearem o sistema de saúde publico.

Por fim, por que trazer os médicos cubanos? Primeiro, por que a medicina em Cuba é muito mais avançada que a do Brasil. Segundo, Cuba é referência nos tratamentos relacionados a vacinas para câncer do pulmão, hepatite B, cura do mal de Parkinson e da dengue.  Hoje, a indústria biotecnológica cubana tem registradas 1.200 patentes e comercializa produtos farmacêuticos e vacinas em mais de 50 países. E se o jargão “esses médicos estão querendo fugir do regime ditatorial de Fidel” for um dos argumentos utilizados pelos reacionários, fiquem certos de que os mais de 30 mil médicos espalhados pelo mundo permanecem fiéis aos compromissos sociais de quem teve todo o ensino pago pelo Estado, desde a pré-escola e de que, mais do que enriquecer, cumpre ao médico salvar vidas e prestar serviços humanitários.

- Comandante Osvaldo

Os trechos em itálicos foram retirados do sitio: http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e&cod=11457