quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Por ocasião da morte do coronel

Acho que é justamente em horas difíceis que é preciso manter rigidamente a mais firme coerência política. Neste sentido, teceremos algumas palavras para deixar claro nossa posição frente a morte do ex-governador e presidenciável Eduardo Campos.

Primeiramente, não existe neutralidade na política. É de um tremendo absurdo os que tentam se aproveitar politicamente desta tragédia, negando que antes o taxavam de "coronel fascista", minimizando o que representou de ruim para o nosso povo, se valendo de certa comoção pública para redimir o legado de Eduardo Campos, dizendo que foi uma "perda política" para o país. Quem enxerga deste modo, ignora que não existe uma "política" geral e abstrata comum aos interesses de todas as classes. A "perda política" no que tange à morte de Campos foi para as classes que ele representava, ou seja, para os banqueiros, para os latifundiários e para o grande capital. A classe operária, os movimentos sociais combativos, que sempre foram reprimidos pelo ex-governador, nada devem lamentar politicamente, mas tão somente se solidarizar com a dor das famílias tal qual devem se solidarizar com a dor das famílias de TODAS as vítimas deste trágico acidente.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Nota aberta a todos militantes da Unidade Vermelha


1. O que propiciou a origem da Unidade Vermelha

Em fevereiro de 2013, em Recife (PE), alguns jovens revolucionários independentes passaram a se reunir e se organizar preocupados com a fragmentação da esquerda e a pouca combatividade das lutas de massa no país. Acreditavam que sem uma ação radical as lutas jamais seriam capazes de incomodar o Estado, e que era fundamental defender e insuflar a violência revolucionária das massas, mostrando-lhes com o exemplo da ação que podemos e devemos reagir contra a violência institucional das classes dominantes. Também se preocupavam com o pouco esforço que as organizações de esquerda, tanto de alas mais revolucionárias como das mais moderadas, de conseguir se unir minimamente para organizar e construir as lutas populares. Determinados a dar sua parcela de contribuição para mudar este panorama, estes jovens – talvez loucos, talvez apenas audaciosos – decidiram criar uma nova Organização.

A esta nova Organização, estes camaradas deram-lhe o nome de Unidade Vermelha, em referência a luta pela união da esquerda que defendem como princípio fundamental.

2. Resultado prático desta linha política

A partir de Junho de 2013 a Organização passou a se expandir pelo resto do país como rastro de pólvora, chegando-se as cinco regiões do país. Seu programa de 12 pontos contagiou muitos jovens pelo país que estavam cansados da passividade e da fragmentação da luta popular. A justa linha traçada pelos seus dirigentes conseguiu ser capaz de fazer com que a Organização ganhasse destaque e respeito pelas mais variadas forças de esquerda do cenário político nacional.

A esquerda, intervenção da FIP em ato, com participação da Unidade Vermelha registrada na foto (clique para ampliar).
A direita, faixa da FLTP, a frente com os setores moderados do cenário político pernambucano.
Em Pernambuco, o prestígio crescente da UV despertou inveja, por um lado, e intentos de cooptação por algumas forças políticas, mas que se conseguiu resolver devido ao grande e paciente esforço dos camaradas pernambucanos empenhados a se manterem fiéis ao seu discurso de lutar pela unidade do movimento. Desta forma, aos poucos, foi sendo possível garantir o respeito e a independência política e ideológica da Organização.

A esquerda, uma das fotos do mais combativo ato de Pernambuco da história recente do qual o camarada Dantas foi dito como "líder".
A direita, imagem do Jornal do Comércio em matéria que tratou da perseguição ao camarada Dantas e a Unidade Vermelha.
Para exemplificar, os companheiros da UV em Pernambuco contribuiram decisivamente na fundação da FIP (Frente Independente Popular), agregando os grupos mais radicais, sem no entanto romperem com a FLTP (Frente de Luta pelo Transporte Público), que agregava os partidos tradicionais como PCR, PSTU, PSOL, e algumas correntes do PT. Sem deixar de criticar as vacilações 'direitistas' de alguns grupos da FLTP, ao mesmo tempo que também se posicionavam contra alguns excessos e posições “esquerdistas” e “espontaneístas” que chegaram a ser defendidas por membros da FIP, os camaradas de Pernambuco conseguiram com dificuldade ficar por muitas vezes em uma linha tênue, muitas vezes até não perfeitamente compreendida, mais que era essencial para o triunfo de uma maior unidade e radicalização das lutas políticas no Estado. Emblemáticos são dois exemplos: O protesto memorável do dia 21 de Agosto de 2013 que foi unificado entre as duas frentes (FIP e FLTP), sobretudo graças aos esforços da UV-PE. Este protesto foi o mais radicalizado e combativo da história recente no estado, onde o camarada Dantas foi apontado como líder da passeata  que teve como saldo o ataque à Câmara dos vereadores, mais de 60 ônibus depredados e um incendiado. O outro exemplo, foi no protesto do dia 18 de setembro, também unificado, onde o camarada Torres foi o preso (sendo o único militante no estado enviado a um presídio no período), e que contou com a solidariedade sobretudo do MEPR, mas também das mais variadas forças políticas no estado. A linha justa e correta do programa de 12 pontos cumpria na prática seu objetivo, contribuindo para unificar o movimento e elevar sua radicalidade.

A esquerda, de gandola militar, o Comandante Torres sendo encaminhado ao presídio (o único entre os 16 detidos mandado ao COTEL por desmandos da SDS).
A direita, dia em que em peso forças integrantes da FIP (Resistência Pernambucana, MEPR, etc.), mais representantes das mais variadas forças políicas de PE (PCR, PCB, PSTU, e etc.) foram prestar solidariedade aos camaradas da Unidade Vermelha e receber o camarada Torres ao sair em liberdade do COTEL.

3. Rápida ampliação do Comando e omissão de posições

O crescimento e expansão da UV pelo país levou, seguindo os princípios democráticos  que sempre nortearam seus fundadores, a rápida expansão do Comando Nacional, abrindo espaço para que as novas bases pudessem nele se representar. Entretanto, alguns membros novos deste Comando omitiam suas posições e intenções verdadeiras, que era a de modificar por completo os princípios e o programa da Unidade Vermelha. Fingiam cinicamente concordar com os pontos principais do programa, sobretudo no que se refere à sua amplitude tática e sua defesa de construção de uma ampla frente progressista e patriótica entre a esquerda.

Sem defender honestamente estas posições, eles esperaram o momento mais oportuno para tentar decididamente mudar a justa linha política da Organização e impor gradativamente suas teses esquerdistas. Este momento se iniciou quando do afastamento do camarada Torres por problemas pessoais, e do Dantas por problemas de saúde e sua posterior licença temporária do Comando devido a necessidades profissionais. A partir da menor dedicação dos membros que verdadeiramente se preocupavam e prezavam pelo programa e pelos princípios responsáveis pela criação da UV.

4. Descumprimento do Programa e dos Princípios básicos da UV

Frequentemente e de forma cada vez mais intensa, alguns membros do Comando, acobertados cinicamente por outros, passaram a hostilizar generalizadamente todos e quaisquer partidos que consideravam “oportunistas”, salvando-se apenas o MEPR e agrupamentos anarquistas. O Daniel Mont'Serraint chegou ao absurdo de defender publicamente que a sede do PSTU fosse queimada e depredada (nossas divergências com este partido são inúmeras, mas jamais um membro de uma direção nacional de uma Organização responsável e madura faria tamanha sandice). Recorrendo a formações temporárias de tendência para garantir a aprovação de determinadas posições, passando à exaltação acrítica das FIPs e desprezando quaisquer mínimas alianças com grupos "menos extremistas", como o PCB, a JCA, o PCR, etc., tachando os generalizadamente como “oportunistas”, “pequeno-burgueses” e até mesmo contrarrevolucionários.

ANEXO 1: Uma das formações temporárias de tendência dentro do Comando, estatutariamente proibidas.

O alvo prioritário era o PCB, partido que construía com os camaradas pernambucanos a o Movimento de Universidade Popular. Para desprestigiar ainda mais o engajado trabalho militante dos camaradas de Pernambuco (no intuito principal de desestabilizar e sabotar a liderança do Comandante Geral Torres), chegaram a ameaçar obrigar os camaradas de PE a romper com o PCB, e em outras declarações (também públicas) o mesmo Daniel Mont'Serraint chegou repetidas vezes a desprezar a importância do movimento estudantil, desdenhando completamente do trabalho recém-iniciado em PE, mais uma vez de forma pioneira nacionalmente, em criar uma célula exclusivamente universitária, participando inclusive da disputa do DCE da Universidade Federal de Pernambuco.

Este mesmo membro chegou ao disparate de dizer dentro do Comando que o Programa da UV era “reformista” e que isso era “problema de quem o escreveu”, demonstrando claramente seu esquerdismo e que omitia suas posições verdadeiras quando entrou para a Organização, jurando defender seu programa revolucionáro.

ANEXO 2: Programa revolucionário "reformista" (sic!).

Zombando do trabalho de base, apostando unicamente nas táticas de protestos de rua radicalizados, alguns membros do comando deixavam claro suas intenções de transformar a UV, não em uma Organização revolucionária séria e consequente, mas sim em um grupo inconsequente e irresponsável baseado exclusivamente em protestos radicais, zombando do trabalho de base e da formação ideológica de nossos militantes, contribuindo não para unificar à esquerda nas lutas populares, mas sim em dividi-la e fragmentá-la ainda mais, renegando por completo o programa da UV, em especial em seu artigo primeiro, que como falado anteriormente, dita o próprio nome da Organização.

5. Critérios de emulação ao Comando e desrespeito a autonomia das mulheres

Estes desvios que repercutiram diretamente na teoria e na prática de atuação do Comando Nacional, chegou ao absurdo de desprezar os critérios minimamente responsáveis de emulação dos companheiros, utilizando-se dos mais diversos subterfúgios para impor uma decisão completamente antidemocrática referente ao ingresso da companheira Lara no Comando Nacional.

A mesma tinha se retirado da organização a alguns meses, sendo apontada pelo seu próprio irmão como responsável por denunciar a sua mãe críticas políticas que recebia do coletivo, demonstrando não saber separar problemas familiares dos políticos, seu irmão de seu dirigente, chegando ao ponto de insinuar que a direção seria compostas de “porcos”. Com sua inegável evolução, a companheira voltou a organização e em exatos três meses posterior a seu reingresso seu irmão a indicou do Comando, sem haver minimamente um tempo hábil para que essa evolução se consolidasse na prática.

Se valendo de sua relação amorosa com outro membro do Comando seu nome foi aprovado absolutamente por “coleguismo”, mas isso não é o mais grave. O mais grave é que para tanto foi rejeitada a proposta de criação de um cargo no Comando para as “Opressões” (Mulheres, Negros, LGBT*, Xenofobia e etc), demonstrando negligência pela luta dessas minorias, criando-se um cargo só para a questão feminina devido a recente organização delas no Coletivo Anita Garibaldi. O Jean que possui relações com a Lara chegou ao cúmulo de afirmar na reunião que as demais organizações de esquerda que possuíam o cargo de Opressões eram falidas e que terem este cargo era uma evidência de sua falência, associando a luta de opressões ao ‘peleguismo’.

Entretanto, o subterfúgio mais grave foi terem aprovado o ingresso sem querer referendar o nome da companheira sem a aprovação do Comitê Feminino (o órgão de representação das mulheres da UV), desrespeitando inclusive o próprio estatuto que diz claramente que os militantes que forem eleitos para cargos dirigentes devem ser referendados pelas bases a que militam, no caso citado, evidentemente, se trataria da base feminina, uma vez que o cargo era de representação das mulheres, e não de uma base regional ou qualquer outro cargo convencional.

ANEXO 3: Desrespeito a autonomia das mulheres do Comitê Feminino

Tudo isso que foi feito, a seguir: ferir a autonomia das mulheres, o estatuto, e os próprios critérios básicos de emulação, além de negligenciar as demais opressões, foi feito com o objetivo de impedir a indicação da companheira Mylena, que tem enorme embasamento teórico e prático na luta não apenas das mulheres, como da causa negra e LGBT*, devido as suas conhecidas divergências com os elementos esquerdistas – em especial o Daniel Mont'Serraint, por suas posturas sectárias – em decorrência dela sempre defender o programa da UV integralmente, e não apenas as partes que lhe convém.

Isto também foi feito com o objetivo, já previamente planejado, de minar ao máximo possível a liderança do Comandante Torres e de isolar ainda mais a base fundadora da UV em Pernambuco, facilitando o caminho para as acusações que se seguiram, de forma cínica e desonesta de que os companheiros de Pernambuco seriam pelegos, oportunistas e estariam a fazer “complô” com o PCB (sic!).

6. Ultrapassando o limite do absurdo

O estopim da ruptura interna se deu quando o Comandante Geral Torres escreveu um texto alertando as bases contra os desvios esquerdistas. Ciente que um debate eleitoral se avizinhava o camarada Torres procurou manter a todo custo a unidade do partido, citando o caso eleitoral apenas para exemplificar o combate as posições principistas, tanto de direita como ‘de esquerda’, preparando os camaradas com as posições mais discrepantes (seja participar a todo custo das eleições, seja negar totalmente o processo eleitoral burguês) de que a decisão que seria tomada seria de caráter tático, e não como um principio universal.

Qualquer leitor bem intencionado ou que saiba minimamente interpretar um texto deduziria facilmente estas questões, como prova que o texto foi divulgado e elogiado tanto pelos membros da base que defendiam participar das eleições como por outros que defendiam categoricamente o voto nulo. Inclusive o camarada além de defender a unidade do partido, cumpria a ultima deliberação interna e consensual do Comando acerca do assunto, em que a resolução sobre as eleições deveria ser tomada por um viés tático, rejeitando-se completamente qualquer debate principista sobre o assunto.

Em seguida os membros sectários do Comando Nacional decidiram publicar uma nota provocativa, defendendo categoricamente o boicote eleitoral, atropelando completamente o debate eleitoral que ocorreria no dia seguinte e desrespeitando as deliberações do Comando sobre não defender publicamente nenhuma posição prévia sobre as eleições burguesas até o partido tomar uma posição, além da já referida deliberação consensual de não defender o boicote eleitoral por principio, algo que poderia ser mudado com o debate eleitoral com as bases, mas que, jamais antes deste, atropelando de forma oportunista o próprio debate e a unidade do partido.

Utilizando-se dos subterfúgios mais cínicos e hipócritas, alguns membros do Comando chegaram a dizer que o texto seria legítimo por ter sido publicado no Vermelho à Esquerda, órgão independente, como se cada militante fosse livre para defender posições contrárias as deliberações tomadas, desde que não fosse no blog da UV (sic!).

Além disso, chegaram a dizer que o texto publicado pelos sectários não defendia o boicote, zombando da capacidade interpretativa dos camaradas que bastava ver a foto da publicação (com os dizeres “Eleição é farsa! Não votar!”) para saber claramente o conteúdo que visava defender.

ANEXO 4: Clara defesa do boicote

Outra alegação é de que o texto seria justificado, pois estaria em oposição ao texto do Comandante Torres, que também teria atropelado o debate eleitoral. Esta é mais uma acusação mentirosa visto que o camarada Torres não defendeu a participação no processo eleitoral ou voto em algum candidato, nem das eleições que se avizinhavam, ele tratava explicitamente, apenas se preocupando em defender a posição que já havia sido deliberada de tratar o debate por uma forma tática, e não principista.

Sem mais argumentos, chegando ao cúmulo da canalhice covarde, alguns membros bradaram “não se pode criticar o esquerdismo dentro da organização, visto que ela é ampla!”, como se estes mesmos membros não criticassem abertamente (e neste aspecto de forma correta, como todos fazemos) os desvios de direita, ou seja, o reformismo e o ‘peleguismo’. Agindo de tal forma hipócrita, apenas comprovaram que o texto os incomodou não por qualquer questão relacionada as eleições, mas sim, por criticar categoricamente os desvios esquerdistas, os quais implicitamente assumem de forma categórica pelas suas práticas.

O Comandante Torres reagiu removendo o texto do Jean e propondo uma punição para o mesmo dentro do Comando, o que foi prontamente negado pela tendência esquerdista que havia planejado tudo, chegando a ofendê-lo, e até ameaça-lo fisicamente (vejam até que ponto chegaram estes senhores!), ordenando-o que removesse sua publicação sem querer esperar e travar um debate entre o Comando para resolver o impasse.

Sabendo serem capazes de tudo, como é típico de todos os esquerdistas, Torres foi obrigado a tomar medidas preventivas para impedir mais violações golpistas do centralismo democrático e do programa do partido. Recentemente a própria página da Unidade Vermelha foi atacada, com suas fotos históricas removidas, mostrando que se o camarada não utilizasse de sua autoridade para garantir a defesa das páginas da UV e do VáE, provavelmente elas nem existiriam mais. Podemos lamentar, entretanto, do camarada não ter utilizado suficientemente de sua autoridade a ponto de impedir os estragos causados na página da Unidade Vermelha.

Conclamamos todos os militantes sinceros da Unidade Vermelha a defenderem categoricamente o nosso programa e os nossos princípios revolucionários, renegando todos os que violaram o centralismo democrático, pisaram sobre o programa e sabotaram a unidade do partido.

É dever essencial de todo militante da UV defender o seu programa, e quando uma ligeira maioria do Comando (principal responsável por defendê-lo) passa a desrespeita-lo continuadamente, só nos resta tomar as medidas necessárias para salvar os princípios sagrados que nos fizeram construir a Unidade Vermelha. Nem que para isso tenhamos que reconstruí-la, e os que violaram seu programa e princípios, que escolham um bom nome para sua nova sectária organização, pois jamais serão dignos do nome Unidade Vermelha, que como o próprio nome diz, é inimiga do sectarismo e da divisão na esquerda brasileira.

Aos verdadeiros e honestos camaradas, nossos sinceros, mais que nunca,

À Unidade!

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Máximo repúdio à criminalização da Frente Independente Popular e de seus coletivos (RJ)

A Unidade Vermelha se manifesta em total repúdio a nova investida do velho Estado fascista e reacionário contra os lutadores do povo, dessa vez especificamente a Frente Independente Popular do Rio de Janeiro. Como coletivo popular pertencente a FIP desde seus primórdios, tal ataque é também um ataque à Unidade Vermelha, como defensores de amplas liberdades democráticas, tanto de expressão como de reunião, denunciamos categoricamente o cerceamento que a burguesia, com seu judiciário vendido e sua polícia corrupta, fazem a liberdade de oposição à esse sistema fascista e capitalista.
Os monopólios de imprensa e a cultura dominante insistem em mascarar a realidade, pintando o momento político atual como "democracia" e sua apologia ao "Estado Democrático de Direito", como se existisse tal coisa. Como pode ser tal falácia real, quando com acusações esdrúxulas, com total ausência de provas materiais se criminaliza todo um movimento e parte de seus integrantes na prisão?
Segundo a promotoria fascista do estado do Rio de Janeiro: " os denunciados se associaram com a finalidade de praticar nas manifestações crimes como: posse de artefato explosivo, corrupção de menor, dano básico e qualificado, resistência e lesão corporal (consumada e tentada)." A Unidade Vermelha DESAFIA o judiciário reacionário a apresentar tais provas "robustas" contra os lutadores do povo, desafia que apresentem motivos, que não os políticos, pra criminalizar uma Frente de amplos movimentos e que atua em mais de 5 estados.
Apresento-vos o crime da FIP: Denunciar o regime ditatorial a qual vive o Brasil, aonde negros, pobres, mulheres e homossexuais são diariamente espancados e mortos nas favelas, onde a farra da FIFA jogou bilhões do dinheiro do povo na mão dos parasitas nacionais e dos imperialistas. Denunciou a repressão do braço armado fascista nas manifestações populares, foi de encontro as políticas da classe dominante e de seus partidários e agitou as massas contra a velha ordem, participando de greves e levantes legítimos dos trabalhadores, eis o crime da FIP.
Acusam nossos companheiros de "liderarem" a FIP, ora, mesmo que a FIP possuísse "lideranças", o que é somente uma alucinação das forças de repressão, por acaso é crime liderar um movimento social? Quer dizer que agora a FIP é considerada uma "organização criminosa"? Com essa argumentação, ainda tens a cara de pau, típica burguesa, em pregar que vivemos num ''estado democrático de direito?" Acusam nossos companheiros de "formação de quadrilha", ora, é "formação de quadrilha" se juntar e se reunir pra fazer justas reivindicações e agitar as massas trabalhadoras e exploradas na luta pelos seus direitos? Vos digo o que é formação de quadrilha, lacaios dos patrões: Formação de quadrilha é o que vocês fazem nos poderes judiciário, legislativo e executivo, é o que suas milícias fascistas chamadas de "policias" fazem diariamente dentro dos quartéis, é o que os sanguessugas fazem dentro de seus luxuosos escritórios bancários, eis a quadrilha formada, e essa sim ARMADA.
Tais medidas desesperadas da burguesia e de seus lacaios só mostram que o caminho da Frente Independente Popular e de seus coletivos é o caminho correto, porque como o Presidente Mao escreveu: "se o inimigo nos ataca é bom, pois mostra que demarcamos uma clara linha entre ele e nós, e se nos criminaliza e pinta com cores negras, melhor, pois mostra que temos êxito em nosso trabalho."
Estamos sim tendo êxito, desde os Levantes Populares de Junho, a luta de classes no Brasil passou para um acirramento definitivo, onde as massas não mais abaixarão a cabeça e serão subservientes as políticas antipopulares, fascistas e imperialistas do velho Estado. Cada dia que passa mais rebeliões populares são vistas nas periferias, mas greves e reivindicações são feitas no chão-de-fábrica, cada vez mais a classe trabalhadora põe seus exploradores na parede. Se a burguesia acha que irá nos fazer recuar, muito se engana, cada companheiro que prendem e acusam injustamente é mais gás que dão a luta e mais força pra os milhares que continuam e continuarão nas ruas.
Nenhum passo atrás!
Morte ao velho Estado fascista!
Libertem os presos políticos!
Viva a Frente Independente Popular!
C.K

Esquerdismo e o momento político brasileiro


*Bruno Torres é fundador e
Comandante-Geral da Unidade Vermelha
Por Bruno Torres*

1. O movimento é marcado, internamente, pela luta contra os desvios de direita e ‘de esquerda’.

Toda a história de luta dos revolucionários no mundo é marcada, internamente, pela constante luta contra os desvios de direita e de esquerda dentro do movimento revolucionário.

Essa luta não é algo recente, e mesmo nos países que passaram por processos revolucionários (tomada de Poder), as lutas contra o oportunismo de direita e contra o oportunismo de esquerda ainda continuaram a ser travadas. Autênticos revolucionários devem admitir esses impasses e obstáculos por quais nós vamos passar – e sempre passaremos – para não ofuscar nossa trajetória política rumo à vitória de nosso povo. Aqueles que negam estas disputas no seio do movimento corroboram para que os lutadores sociais guinem ao pântano!

Para uma discussão frutífera, antes de tudo, é bom que não restem dúvidas em nada, nem na definição conceitual de “esquerdismo”. O que é então, esquerdismo? Esquerdismo, como nos disse Lênin, em parâmetros político-ideológicos, se trata da “esquerda da esquerda”, isso é, ter posições principistas ou extremas à esquerda, posições estreitas, e etc. por sua vez, o oportunismo de direita é justamente quando se abre mão dos princípios revolucionários se adaptando ao regime democrático-burguês.

sábado, 12 de julho de 2014

O estado brasileiro: desmascarada a ditadura!

O dia 12 de Julho ficará marcado na história do Brasil como o dia em que o Estado finalmente veio a público para assumir o seu caráter autoritário e ditatorial, expedindo 60 mandados de prisão preventiva e efetuando a prisão de 19 manifestantes ligados ao ato organizado pela Frente Indepentende Popular do Rio de Janeiro, em protesto contra a Copa do Mundo, a ser realizado no dia de amanhã, 13 de Julho.

Os governos de Cabral, Pezão e Dilma o fazem para apoiar a sua já batida retórica de que #VaiTerCopaSim, nem que para isso seja necessário exterminar todos os diretos individuais de todo e qualquer cidadão.

Militantes de diversas Organizações, como o MEPR, a OATL e a Unidade Vermelha, e militantes independentes foram levados de suas casas e tiveram seus pertences pessoais revirados, na busca de provas da execução de atos criminosos que não existem. Ação essa, que é uma clara perseguição política aos integrantes da Frente Independente Popular e intimidação da luta popular, não pode passar despercebida.

O casos mais absurdo foram os da advogada Eloisa Samy, que jamais foi detida por participar de manifestações, sempre atuando na defesa de manifestantes, e da ativista Elisa Quadros, a Sininho, que estava em viagem ao Rio Grande do Sul, visitando a sua família, e foi conduzida por policiais até o Aeroporto Internacional Salgado Filho, onde foi enviada ao Rio de Janeiro, para ser encaminhada à delegacia.

Fernando Veloso, chefe da PC que
coordena a operação antipopular
de repressão a luta social.
Fernando Veloso, Chefe da Polícia Civil afirma ter provas “robustas e consistentes” de que o grupo planejava praticar atividades violentas, porém não cita quais são essas provas, utilizando-se do censo comum, e da propagação midiática para, antes mesmo de um julgamento, culpabilizar os manifestantes por algo que sequer ocorreu, ou sequer sabe-se se iria ocorrer, afim de respaldar tais práticas arbitrárias, por meio da manipulação da opinião pública.


A Unidade Vermelha repudia completamente a ação arbitrária de tais governos e do seu braço armado, e afirma categoricamente que os mesmos podem derrubar 20 hoje e mais 40 amanhã, que 100 outros surgirão no lugar. A repressão aos nossos companheiros de luta e aos militantes da Unidade Vermelha serão semente para que mais combatentes surjam, ainda mais no espírito da combatividade e da ação revolucionária popular!

À Unidade!

domingo, 29 de junho de 2014

Nota sobre o fim da greve da Educação Estadual e Municipal do Rio de Janeiro

“Pretender combater o imperialismo sem combater inseparavelmente o oportunismo não passa de fraseologia oca”.
V. I. Lenin
A greve dos profissionais da educação que durou cerca de 45 dias teve seu fim decretado em 27/06 na assembleia unificada da categoria que durou cerca de seis horas. Ano passado, os professores protagonizaram uma greve combativa com forte adesão e vigorosas manifestações por toda a cidade, tal mobilização fortaleceu e criou condições materiais para a atual paralisação, ja que o Estado não cumpriu com as exigências acordadas (a portas fechadas com a direção pelega, bom lembrar).
Assembleia geral golpeada por pelegos.
Como é de costume no sindicalismo brasileiro, a burocracia dirigida pelos setores mais reacionários da burguesia (PT, PMDB, PSDB), atua para minar as lutas dos trabalhadores em todo país das formas mais desonestas possíveis, desde golpe em votações até a coerção por milicianos. E é nesse sentido que denunciamos aqui a pratica mais do que recorrente dos ditos partidos de "esquerda", que mais uma vez atuaram em prol do oportunismo e da reação.
E foi nesse clima que ocorreu a Assembléia Unificada que decretou o fim da greve, assembléia esta puxada em caráter de urgência com o único objetivo de por fim à mobilização na copa (a assembléia estava marcada para o dia 6, portanto esta foi em caráter extraordinário), com tantos golpes e discursos conciliadores por parte da esquerda "de oposição" (PSTU, PCB e setores do PSOL) e dos governistas (PT-PMDB) com direito a miliciano e capanga da CUT se passando por professor para fazer número nas votações. O que vimos na assembléia foram centrais que se dizem "revolucionárias", como a UC (PCB) e a CSP-CONLUTAS (PSTU/PSOL) votando pelo fim da greve no meio de um recesso, sem nenhum ganho para a categoria e no meio de um processo de demissão dos grevistas! É inacreditável que essas organizações se digam de esquerda, porém na pratica façam alianças com os setores mais reacionários.
Nosso total repúdio aos setores conciliadores e oportunistas, organizações que compõem há anos a direção do SEPE e em todo esse tempo vem atrasando a luta da categoria e se encastelando no sindicato.
A postura de tais setores não é novidade, mais especificamente a CSP-CONLUTAS, conhecida central pelega e oportunista, que atuou como legítima quinta coluna do Estado nas greves dos metroviários de São Paulo e Rio, e mais notadamente na combativa greve dos rodoviários cariocas, o que comprova que se trata de uma politica hegemônica semelhante as das centrais governistas e reacionárias!
Porém mesmo com mais essa derrota, nosso balanço é positivo, pois mostra o profundo amadurecimento e acumulo político da categoria desde a greve do ano passado. A greve terminou, mas a luta não cessa e mesmo com todo intransigência dos governos e do Judiciário continuamos a resistir.
A Unidade Vermelha do Rio de Janeiro saúda a brava resistência dos Educadores em Luta e disponibiliza ao máximo sua militância em defesa da classe trabalhadora, inclusive marcando presença na assembléia e em outras atividades da categoria.

Viva a luta da classe trabalhadora!
Abaixo o oportunismo! Por uma direção classista no SEPE!
Viva a luta independente e combativa!
À Unidade!
27/06/14
- Subcomandante Léo/Comandante Koba.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Nota sobre a morte do garoto Luiz Felipe Rangel (RJ)

Nota da Unidade Vermelha para publicitar o repúdio a morte do garoto Luiz Felipe Rangel, 3 anos, baleado pela PMERJ no Morro da Quitanda, em Costa Barros, zona norte do Rio de Janeiro. 

A Unidade Vermelha vem por meio desta nota publicitar o máximo repúdio, já demonstrado e praticado nas ruas, acerca do covarde assassinato do menino de 3 anos Luiz Rangel pela PMERJ, feito na noite do dia 25/06 em Costa Barros. O assassinato se deu em meio a uma incursão da PMERJ na favela, contexto sob qual o menino foi vitima de um tiro de fuzil .762 na cabeça enquanto dormia na cama da mãe. Deixamos registrado também todo nosso ódio de classe aos assassinos da Policia Militar que tiraram a vida do menino, que não é o primeiro. A forma como se deu a morte do menino é completamente covarde e revoltante. 

Revolta popular contra o assassinato.
'Até quando o Estado continuará tirando a vida da juventude negra e periférica'? Com este espírito de rebeldia e de consciência revolucionária que, de forma justíssima, os parentes e familiares organizaram durante o dia inteiro vigorosas manifestações em repúdio ao assassinato do menino. Como de costume, as manifestações legítimas da população também foram duramente reprimidas pela PM, acabando com pelo menos duas pessoas feridas. O motorista Claudio Silva, 30 anos, foi ferido por raspão e a estudante Mirela Bernardo, menor, 14 anos levou um disparo na perna esquerda. Os dois não correm risco de vida. 

População faz barricada em justo protesto.
Durante o protesto, os moradores fecharam a Estrada de Botafogo e atacaram cerca de oito ônibus. Foram também feitas barricadas nos trilhos da SuperVia. O menino Luiz Felipe Rangel é mais um alvo da máquina de extermínio do Velho Estado e da Policia Militar, que vem sendo fortalecida nos últimos anos na cidade do Rio de Janeiro justamente para intensificar essa marcha contra o povo carioca. Essa politica de ocupação nas favelas (UPP's), incursões e tiroteios tem como objetivo exterminar a juventude negra e pobre nas favelas sobre o pretexto de uma ''guerra as drogas',' quando na verdade ela não passa de pretextos para o Estado invadir favelas, casas e prédios, chacinando pessoas sob o mesmo pretexto. 



Moradores revoltados com o
assassinato da criança Luiz Felipe Rangel.
Essa política de Segurança Pública com essa lógica de guerra está mais do que derrotada, exterminando a juventude trabalhadora brasileira. É importante que se observe, em todo o estado, o quão não é incomum os assassinatos de moradores de favelas, sobretudo de crianças. Nos últimos tempos, cerca de 3 crianças (11 anos, Wesley, 2010; 11 anos, Bruna, 2012; 15 anos, Eliseu, 2012; 4 anos, Yasmin, 2012) também foram assassinadas em operações semelhantes -- todas realizadas pela PMERJ, num curto período de tempo.
Basta já, sem mais guerra contra a juventude brasileira e periférica!

Assim como Amarildo, Cláudia e DG, além de muitos outros; Luiz Felipe é mais um brasileiro que foi brutalmente assassinado pela repressão do velho e falido Estado brasileiro. 

Não passarão! 
Pelo Fim da UPP e da PM!
Basta de extermínio nas favelas do Rio, e do Brasil!
Seguiremos adiante, até esmagar os parasitas!

À Unidade! 
(26/06/2014)
- Subcomandante Léo.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Toda força aos metroviários de São Paulo

O governo reacionário, antinacional e antipopular de Geraldo Alckmin (PSDB) mostra mais uma de suas facetas ditatoriais para com a classe trabalhadora brasileira, reprimindo e não negociando com os metroviários de São Paulo, que lutam, através de greves e mobilizações, por melhores condições de trabalho e de qualidade do serviço do metrô aos demais trabalhadores que dependem do serviço, após o descaso iminente do atual governo. Mesmo depois de ter sido anunciado o estado de greve há duas semanas antes desta última, o governo tenta a todo custo condenar a legitima paralisação dos metroviários, junto com a mídia antinacional que tenta fazer com que o povo crie aversão cultural à greves. Porém, o povo sabe quem está do seu lado e não está.

Nas primeiras negociações, os metroviários propuseram que caso eles deixassem as catracas livres para a população, eles trabalhariam de graça, e não haveria mais o estado de greve. Entretanto, o governador recusa a proposta, e pior: chama a PM fascista para coagir funcionários de escritório a furarem a greve e controlarem os trens, deixando a população a mercê de operadores não qualificados, colocando os usuários em extremo risco (mostrando exatamente o papel da Polícia brasileira: guardar e servir aos interesses do monopólio). Não obstante a isso, o poder judiciário, poder mais reacionário da esfera pública e com menos participação popular, declara que a greve totalmente legítima é ilegal, indo contra o direito constitucional de greve. 

Nada mais se poderia esperar da justiça burguesa. Após 5 dias de greve, é convocado um ato de manhã na Estação Ana Rosa com diversos movimentos sociais e demais apoiadores da greve, e instantes antes do ato se iniciar a mobilização, a Polícia Militar, cumprindo o seu papel de capachos do monopólio, joga bombas de gás na estação com metroviários e sindicalistas dentro e prendem 13 metroviários. Não contentes com isso, o governo demite 60 funcionários, e ameaçam inúmeros outros de demissão por justa-causa, atos que apenas acirra os nervos dos metroviários grevistas e aumenta a tensão, assim também, aumento a luta.

Essas atitudes do Estado perante às reivindicações populares apenas evidenciam que, quando há acirramento da luta nacional contra os monopólios, o Estado brasileiro não consegue esconder seu caráter ditatorial e serviçal dos inimigos do povo brasileiro, como se mostra nessa greve e em outras que eclodiram no país nesse período de forte mobilização das massas. As massas brasileiras mostram que podem exigir o poder para si, construindo o poder popular com os meios necessários. Os metroviários de São Paulo mostram sua força, e mais que isso, mostra que Não Tem Arrego!

Pela catraca livre! 
Pela reinserção dos metroviários demitidos! 
Pela liberdade dos metroviários e militantes populares, presos políticos! 
Contra a repressão da Polícia Fascista, brinquedos armados do Estado e do monopólio! 



segunda-feira, 9 de junho de 2014

A Copa da FIFA: saque imperialista e opressão ao povo brasileiro

A Copa do Mundo no Brasil não é uma conquista nacional. A realização de tal evento em solo brasileiro não trará legados positivos ao nosso povo, pelo contrário, trouxe e continuará trazendo mazelas, opressão, desrespeito a nossa soberania nacional e um grande saque nos cofres públicos brasileiros e do trabalho de nosso povo. A dominação é detestada por todos que buscam a liberdade, e o povo brasileiro não está hostil a essa liberdade, a busca, e por isso, não aceita a Copa da FIFA – e a combate.

Um evento que parte de uma empresa internacional (a FIFA), não poderia por essência trazer conquistas a um país subdesenvolvido como o Brasil. A FIFA visa dominar o Brasil e saquear as riquezas brasileiras, assim como buscam conseguir brechas para lucrar mais e mais, junto com seus patrocinadores.

1. A dominação do Brasil pela FIFA e dos grandes impérios.

A FIFA exigiu que o estado brasileiro isentasse ela e seus patrocinadores de impostos que todos os pequenos comerciantes brasileiros têm que pagar. Por isso, durante a Copa FIFA, as grandes empresas, que cotidianamente lucram absurdos, sugam a força de trabalho do povo brasileiro e dominam nosso país, não pagam certos impostos (o Banco Itaú, Ambev, Hyunday, Coca-cola e outras deixaram de pagar Cofins, ICMs e impostos municipais). Ou seja, terão seus lucros maximizados durante a Copa, enquanto o povo brasileiro pagará a conta (aproximadamente R$ 10 bilhões).

Também exigiu que todos esses comerciantes ambulantes fossem retirados de seus pontos de comércio, somente para monopolizar o comércio com as mega-empresas patrocinadoras da Copa. Para aumentar ainda mais a destruição desses micro-comerciantes, os governos municipais não oferecem qualquer opção de trabalho e emprego a esses brasileiros.

Para garantir o monopólio, a FIFA exigiu também que no perímetro de 1 km dos estádios da Copa só sejam vendidos produtos dos seus patrocinadores (empresas como Coca-Cola, Mc Donalds, Johnson & Johnson, entre outros).

Isso é um duro golpe no pequeno comerciante brasileiro, que durante o dia-a-dia já sofre para se manter em pé. Já a FIFA e as empresas que a patrocinam, mandam e desmandam no Brasil, e não têm piedade do pequeno comerciante.

2. A dominação e opressão cultural: um golpe na identidade popular e nacional.

A Copa do Mundo não trará diversão ao povo brasileiro, que com seus olhos tristes tenta ver a luz dos estádios de bem longe. Na Copa que será realizada em solo nacional, os costumes e cultura brasileiros é retirada à força, e em seu lugar é vendida a indústria cultural estrangeira, das grandes potências.

No Brasil adentro, faz parte da cultura nacional a venda de alimentos e bebidas tipicamente brasileiras por vendedores ambulantes, que vivem sob constante xeque do estado brasileiro. Como já citado a cima, esses ambulantes foram retirados de seus pontos de venda sob exigência da FIFA por fins econômicos. Outro exemplo prático dessa desnacionalização do Brasil se deu quando o Estado brasileiro, após exigência da FIFA, chegou a proibir a venda de acarajés, comida da cultura nacional e popular que é vendida nas belas ruas de Salvador por vendedoras ambulantes (conhecidas como Baianas), durante a Copa – e se não fosse a luta incansável do povo baiano, o Estado não teria voltado atrás.

Além disso, as festas tradicionais da cultura popular brasileira também foram impedidas de serem realizadas ano passado, durante a Copa das Confederações, como a festa de São João na Bahia – o que significou um grande desrespeito à expressão cultural brasileira, um golpe na identidade nacional de cada cidadão brasileiro!

Todavia, a desconstrução da cultura popular brasileira também prossegue dentro do próprio futebol, tendo em vista que as arenas onde serão realizadas as partidas da Copa do Mundo, agora sob novos contratos que deixam a administração nas mãos de grandes magnatas empresariais, terão total poder para aumentar e inflacionar os ingressos, excluindo as massas brasileiras do futebol, propriedade cultural dos brasileiros! Isso torna impossível ao povo brasileiro assistir o jogo de perto. A Copa da FIFA no Brasil vai divertir gringos e turistas, deixando de fora da festa o povo que construiu, com suor e sangue, toda a estrutura dela.

3. Para o povo brasileiro: despejos, mazelas e repressão.

O povo brasileiro sofre com o submundo da Copa. Os governantes brasileiros, do âmbito municipal até o federal, se desdobram como cães a serviço da FIFA e dos grandes impérios industriais para realizarem com sucesso exigência por exigência.

Como as exigências desses inimigos do povo são exatamente o contrário do que exige o povo, logicamente, os governantes marcham incansavelmente contra o povo brasileiro, aumentando ainda mais a desgraça social, as mazelas e, quando o povo se revolta e cria consciência popular, aplica-se a repressão violenta com o aparelho de ‘segurança’: tudo para se garantir os interesses da FIFA e suas empresas.

Despejos e mazelas sociais: legados da Copa.

Reintegração de posse da favela da Telerj;
Registro do despejo do povo brasileiro por
exigência da FIFA.
O despejo de moradores de periferias e favelas por todo o Brasil já é cotidiano. Trabalhadores e toda a população pobre brasileira são despejados de suas casas ou barracos à força de tratores e Tropa de Choque, perdendo seus móveis e seu sagrado teto, sem qualquer indenização do Estado brasileiro. Os despejos são consequências da especulação imobiliária impulsionada por estes eventos e seus impérios, além de muitos outros empreendimentos imperialistas resultantes da Copa. Cerca de 250 mil brasileiros já são feitos reféns dessa corrida imobiliária. Não por ventura, os brasileiros seguem em luta por moradia e já seguem a marcha contra a Copa da FIFA no Brasil.

Já para os brasileiros que não têm teto, a população de rua, a situação tão somente é ainda pior: aos brasileiros que vivem nas ruas das cidades-sede, são retirados com a força e brutalidade, têm seus documentos e pertences recolhidos pelas autoridades municipais, assim como, em conjunturas ainda mais acirradas, chegam a simplesmente desaparecerem. Infelizmente para os povos do mundo, isso não é exclusivo do Brasil: na África do Sul, os sul-africanos que se encontravam nessa situação eram recolhidos e postos em grandes assentamentos afastados dos centros urbanos. Essas ações do Estado, não exclusivas do Estado brasileiro, maquiam a realidade dos países que são postos sob comando da FIFA para o turismo comercial.

Muito além dos próprios despejos e demais mazelas, a realização da Copa da FIFA no Brasil, assim como das Olimpíadas, faz crescer o turismo sexual, um instrumento de opressão à mulher brasileira e latino-americana. Tão evidente é que a própria FIFA se esquiva da responsabilidade de seu evento imperialista no crescimento desse fenômeno, como o governo brasileiro também, de forma covarde e submissa, não se declara sobre.

O terrorismo de Estado e a repressão contra os brasileiros!

Repressão fascista no RJ.
Os brasileiros que constroem a consciência popular e vêem a necessidade de lutar e se manifestar para mudar esse quadro de dominação que vive o Brasil, só recebem de resposta a repressão da Polícia e forças de ‘segurança’. Uma vez que sob ordens da FIFA, os governantes não permitem um suspiro de revolta popular, contra a dominação que vive o Brasil e contra a FIFA. Os traidores nacionais puseram o Brasil numa condição ainda mais de "colônia" do imperialismo, venderam a pátria brasileira ainda mais do que já éramos vendidos, tudo para garantir à FIFA a “Copa das Copas” (cheia de lucros, dominação e exploração).

Prevendo a revolta popular, em novembro de 2012, o governo federal já havia comprado 50 milhões de reais em armas menos letais (balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, entre outras), para serem utilizadas na repressão de manifestações e protestos populares e, inclusive sob os não violentos. Cerca de 2 bilhões de reais foram gastos em ‘segurança’ na compra de armamentos, equipamentos de vigilância e treinamentos – tudo para manter a ordem, que é determinada sob critério da FIFA e seus patrocinadores imperialistas.

Para massacrar as revoltas do povo brasileiro sob a falsificada palavra de ‘justiça’, a FIFA exigiu que se criasse um tribunal de exceção com raio de ação de 1 km ao redor dos estádios para julgar todos os crimes no entorno dos estádios com as determinações da FIFA, passando por cima da nossa própria soberania e Constituição. Ainda pior que isso, sob o critério da ‘Lei Geral da Copa’ e os PL’s (Projetos de Lei) como a ‘Lei anti-terrorismo’, qualquer revolta popular ou manifestação contra a dominação imperialista em nossa pátria podem ser enquadrar como ‘terrorismo’.

Nos morros cariocas, a repressão segue na trilha marcada do fascismo e terrorismo de Estado. As UPPs massacram à bala e sangue os brasileiros que ousam se levantar contra essa dominação estrangeira. A população carioca, favela por favela, organizam levantes e têm seus filhos mortos com o passar dos dias.

Nas ruas de Goiânia, os lutadores do povo seguem firme, sob forte repressão e perseguição do Estado, que promove uma verdadeira caça às bruxas! A luta popular nos exige suor e sangue, mas a libertação recompensa!

Nos asfaltos do Brasil adentro, os brasileiros resistem do norte a sul, na luta por poder popular, sob gritos de ‘FIFA GO HOME!’, baixo de balas de borracha e entre gás lacrimogêneo.

Abaixo a traição, a repressão, o imperialismo e a FIFA!

A realização da Copa da FIFA no Brasil é um reflexo nítido e claro da dominação que enfrenta o Brasil. Dominado por forças imperialistas estrangeiras, sobretudo os Estados Unidos (sendo os donos das maiores transnacionais patrocinadoras da Copa da FIFA), forças estas que seguem com o massacre ao povo brasileiro. Já a classe dirigente brasileira (a grande burguesia e latifúndio) e de seus governantes (incluindo o PT), promovem a maior traição dos últimos anos: mostraram na prática que preferem a submissão da pátria ao imperialismo do que a libertação.

O povo brasileiro tomou a consciência nacional e não se quieta, segue firme na luta popular das favelas do Rio de Janeiro às periferias do nordeste. Deixa claro que a revolução de libertação nacional virá do povo brasileiro, dos trabalhadores e trabalhadoras, fora das vias "convencionais", fora da ordem e institucionalidade burguesas.

Exatamente por isso, é inadmissível que os setores que se dizem populares e progressistas não se posicionem contra um evento que vai privilegiar grandes empresas estrangeiras, enquanto o povo brasileiro (do camponês/operário até o pequeno comerciante) vai ser engolido por essa grande onda de dominação. Aprovar este evento parasita, que vem de uma política venda-pátria do governo brasileiro dirigido atualmente pelo PT, é ir contra todo o povo brasileiro!

Estes setores não têm tempo mais a debater: obrigatoriamente, para se denominar ‘popular’ e ‘progressista’, há de se posicionar contra a realização da Copa do Mundo na nossa pátria. Todos que defendem a causa do poder popular, da libertação do nosso país e da emancipação das classes oprimidas devem tomar sua posição, e essa posição deve ser a da luta e da resistência ao saque aos cofres públicos brasileiros que será efetuado pela famigerada FIFA – como não só os saques aos cofres, como também as demais ingerências, desde as remoções de moradores pobres, higienização de moradores de rua, até a repressão aos comerciantes informais (ambulantes/camelôs) para lhes tirar dos locais centrais da cidade, para a cidade "não ficar feia pro gringo ver" (e é claro, para beneficiar os grandes empresários).

Cabe a nós, revolucionários e lutadores da causa popular, denunciar quem são os saqueadores, quem são os cúmplices e quem são os traidores!

Levantemos bem alto a bandeira da luta, de baixo de tiro da repressão fascista, sob o cantar das palavras de ordem: FIFA Go Home!

Morte à FIFA e ao imperialismo!

Abaixo a traição e a repressão!

Viva a luta popular e nacional!


E não, Não Vai Ter Copa!


terça-feira, 3 de junho de 2014

Repúdio à criminalização dos protestos populares!

Ministro da Justiça ameaça
movimentos populares com
repressão, a mando do Governo
Dilma e da forasteira empresa FIFA.
Terrorismo de Estado: Guerra declarada aos manifestantes populares!
Ameaças de prisão, instauração do medo e da paranoia, guerra midiática e psicológica, perseguição e cerceamento de liberdade de expressão; são características de governos autocráticos que o Brasil conheceu em sua História e também características comuns de várias ditaduras-militares que vimos durante toda era moderna e contemporânea.
O que as pessoas nunca esperam, no entanto, é que em governos supostamente democráticos, esses velhos esqueletos no armário, sejam revividos com tal roupagem democrática.
Começamos a ter exemplos de que isso, não só é comum, como também é característica de governos capitalistas, quando os autoproclamados "bastiões da democracia", os Estados Unidos, demonstravam para seus lacaios, já na Crise de 2008, como tratar movimentos sociais que se levantavam contra os cortes para a classe trabalhadora: Com repressão, violência e MORTE. A cartilha desde então vem sendo seguida e aprimorada pelos governos neoliberais, incluindo o Brasil, aumentando o rol de artifícios repressivos a serem usados contra a população. Contra nós, contra você.

Escalada da repressão ditatorial e guerra midiática no Brasil

Terrorismo midiático demoniza a tática 'black bloc',
para personificar e atacar os movimentos populares.
No Rio Grande do Sul, do governador petista Tarso Genro, manifestantes estão sendo acusados de formarem milícia particular. Em Goiás, governada pelo PSDB, já são seis estudantes presos por protestarem, sem qualquer prova de ato ilícito. Em Campinas, SP, do prefeito Jonas Donizetti do PSB, cento e vinte populares sendo processados por lutarem contra a Máfia do Transporte.

Um plano nacional tem sido planejado e seguido por governos estaduais, seja PT, seja PSDB, de se criminalizar ativistas e manifestantes. Nos últimos dias, o Sec. de Segurança de SP, fez um discurso preparado para ser repercutido pela grande imprensa e pelas instituições governamentais, com intuito de instaurar o medo e a paranoia nos que lutam. Ele diz claramente ter acesso a redes sociais e e-mails, pede abertamente a prisão de manifestantes, a quem ele dá a alcunha de "conspiradores". Qualquer semelhança com 64, não é mera coincidência, quando o governo rotulava seu povo rebelde de "terrorista". Dias depois, a imprensa fabrica notícias de que "Black blocs" são aliados ao PCC e, em seguida, o Ministro da Justiça petista diz que é "inadmissível" tal fato, sem qualquer indício que comprove as acusações, criando assim uma grande justificativa para as arbitrariedades que pretendem cometer contra o povo, para que a Copa aconteça sem maiores prejuízos aos poderosos e ao governo. 

Estão a querer enganar e manipular a opinião pública para dar carta branca ao Estado para que façam perseguição, prisões arbitrárias, tortura e morte. É a realidade das periferias que vai bater às portas do mundo todo.

Traição
Dilma e Blatter, de mãos dadas,
simbolizando a maior traição ao
povo brasileiro dos últimos anos:
permissão para a FIFA e seus sócios
o saque aos cofres públicos,
enquanto há repressão ao povo.
Não podemos esquecer que, quando Dilma foi eleita em 2010, pelo povo trabalhador do país, seu oponente José Serra carregava em sua testa, a marca dos governos do PSDB: A violência no despejo de moradores de Pinheirinho e em outros movimentos sociais, a repressão aos professores em greve etc. De forma eleitoreira e oportunista, os marketeiros de Dilma criaram o slogan que teve forte apelo popular na época de que "o governo do PT não trata movimento social na porrada, mas no diálogo". 

Pois bem, ao fim do mandato de Dilma, o que vemos hoje? Vemos a reedição da mesma política tucana, de repressão, muitas vezes até em conluio com o próprio tucanato, como em São Paulo, onde Haddad segue exatamente a mesma linha do governador tucano Alckmin; ou em Goiânia, onde o Paulo Garcia do PT, age em parceria com o governador tucano Perillo, para prenderem manifestantes. 

Isso não muda onde há outros partidos da ordem, como PMDB e PSB, pois são representantes dos mesmos interesses das elites sanguessugas nacionais e estrangeiras, apesar de jurarem serem diferentes.
Quanto mais a repressão usa de subterfúgios para declarar guerra aos que lutam, com mais força virá a revolta popular. Não nos intimidaremos por suas ameaças, pois nossos objetivos são maiores que nossas vidas.

"Os poderosos podem matar uma, duas, três, flores mas jamais deterão a primavera"
- Che Guevara

Comando Nacional da Unidade Vermelha - ORNL