O governo
brasileiro, contando com o apoio do governo de Goiás, ambos a reboques tanto dos interesses
da Fifa a nível nacional, e da máfia dos transporte a nível estadual, preparou
em Goiânia na madrugada do dia 23 o início da “Operação 2,80” (valor atual da tarifa
do transporte coletivo), de início com mandato de busca e apreensão na casa de
5 estudantes, com a intenção de prender 4 destes. Os 3 estudantes ( Ian, Heitor
e João Marcos) acabaram sendo levados para a CPP(casa de Prisão Provisória), e
um ainda se encontra foragido. O nome da operação fazendo referência ao valor
atual da passagem mostra que o estado e sua justiça está sempre ao lado das classes dominantes, e irá tentar de todas as formas fazer valer os interesses dos
empresários.
As prisões
arbitrárias, ocorridas sem qualquer tipo de prova, tendo a justiça que remeter
a panfletos, postagens no Facebook, entre outros materiais políticos e até de
primeiros socorros para tentar criminalizar os estudantes lutadores do povo, deixam claro a motivação política do estado por trás de
toda essa operação, que diz ter como objetivo
prender os principais líderes do Movimento Estudantil Popular
Revolucionário, em uma tentativa clara de criminalizar todo tipo de movimento popular. Essa
investigação, a mando dos empresários do transporte coletivo, mostra que não
somente tem como alvo os estudantes presos, que não possuem relações com o
MEPR, assim como o movimento já referido, como todas as articulação da luta
popular em Goiânia que no último ano já barrou o aumento da tarifa e já tinha
iniciado a luta contra o aumento realizado esse ano.
A polícia civil os
acusam de terem queimado e depredado cem ônibus em Goiânia nos últimos dias,
quando houve a paralisação dos motoristas, esquecendo que isso foi resultado de
uma revolta espontânea de centenas de pessoas, que revoltadas com a paralisação
do serviço que pagam caro para utilizá-los, resolveram protestar. Os culpados
por essas revoltas e que realmente as incentivaram a acontecer foram os
empresários e parasitas que comandam o serviço, onde lucram milhões para manter o
transporte em péssimas condições, além de pagar um péssimo salário aos seus
funcionários, que já enfrentam graves dificuldades em relação as condições de
trabalho.
Porém, essa
operação, que tinha como intenção barrar a luta popular em Goiânia, não contava
com a reação instantânea da sociedade, que se mobilizou e se articulou em uma
reunião logo no dia após as prisões, contando com quase 150 presentes, entre
eles militantes de organizações sociais, assim como professores, entre outros
trabalhadores em geral. E
também na última terça-feira se realizou uma das maiores manifestações do ano
em Goiânia, contando com quase mil pessoas, que pediam a libertação imediata de
Ian, Heitor, João marcos, e também de Mike, outro militante preso dessa vez em
uma manifestação espontânea em um terminal da capital. Em uma luta que continua
forte e conta com a unificação de estudantes, professores dentre toda a classe
organizada, que está nas ruas contra os desmandos do poder público e privado.
Uma das alegações
da justiça burguesa para manter os estudantes na cadeia é de que já estão
marcadas em Goiânia novas manifestações, e uma delas é contra a realização da
Copa do Mundo, se aproveitando do amistoso que a seleção brasileira realizará
em Goiânia no próximo 3 de junho. A
alegação de que eles seriam as lideranças do movimento e também os responsáveis
pelas novas manifestações se mostraram completamente descabidas, ainda mais com
o movimento popular ganhando força e o clima que se cria para a manifestação
contra o amistoso do Brasil, que promete ser a maior do ano, com milhares de
pessoas nas ruas.
Além disso Goiânia
caminha para uma grande greve geral. Os trabalhadores da rede municipal de
ensino já decretaram greve na última semana, os motoristas do transporte
coletivo estão em negociação e não é descartada uma greve caso as
reivindicações não sejam aceitas. Outros serviços importantes relacionados a
prefeitura de Goiânia também estão paralisados.
Os servidores administrativos das instituições federais de ensino também
estão em greve há mais de um mês.
Isso é reflexo de
grande momento que nossa pátria vive. A insatisfação do povo brasileiro com esse
sistema político que vivemos hoje cresce a cada dia. Porém a grande burguesia, sob mando do imperialismo, precisa e já se faz armar contra essas grandes mobilizações, e é no momento onde o povo vai á
luta pra cobrar por melhores condições de vida. Por conta dessa ameaça aos interesses das classes dominantes, é que essas classes se utilizam de suas posições sociais para contarem com seu principal
agente repressor, o estado, deixando de lado a fraseologia oca de democracia que tenta
nos vender, mandando pra lata do lixo os mínimos de resquícios de liberdades
democráticas que possam haver dentro de um razoável estado burguês, e deixa claro para toda
a população o caráter ditatorial e fascista do regime em que vivemos.
No estado de Goiás,
na tentativa de criminalizar o movimento eles contam com o forte aparato
midiático, com jornalistas pedindo na TV para que o estado incrimine pessoas
que ousam ir as ruas lutar. Inclusive chegam ao ponto de cobrar que advogados
que acompanham os manifestantes também sejam presos, deixando claro o papel dessa imprensa antinacional na luta contra o poder popular e na defesa dos interesses da grande burguesia e do imperialismo, nesse caso também especialmente da máfia do transporte e dos grandes oligarcas que
comandam o estado.
Porém a resposta da
população goiana e de todo o Brasil será a continuação da luta, não se deixando
abater pelo medo da repressão burguesa, seguindo adiante construindo uma união
entre todas as classes nacionais oprimidas na busca da construção do poder popular, da libertação da pátria, até a
revolução, derrubando todos os parasitas do poder!
Abaixo a criminalização da luta popular! Liberdade para a luta popular!
Não vai ter copa,
vai ter revolução!