segunda-feira, 9 de junho de 2014

A Copa da FIFA: saque imperialista e opressão ao povo brasileiro

A Copa do Mundo no Brasil não é uma conquista nacional. A realização de tal evento em solo brasileiro não trará legados positivos ao nosso povo, pelo contrário, trouxe e continuará trazendo mazelas, opressão, desrespeito a nossa soberania nacional e um grande saque nos cofres públicos brasileiros e do trabalho de nosso povo. A dominação é detestada por todos que buscam a liberdade, e o povo brasileiro não está hostil a essa liberdade, a busca, e por isso, não aceita a Copa da FIFA – e a combate.

Um evento que parte de uma empresa internacional (a FIFA), não poderia por essência trazer conquistas a um país subdesenvolvido como o Brasil. A FIFA visa dominar o Brasil e saquear as riquezas brasileiras, assim como buscam conseguir brechas para lucrar mais e mais, junto com seus patrocinadores.

1. A dominação do Brasil pela FIFA e dos grandes impérios.

A FIFA exigiu que o estado brasileiro isentasse ela e seus patrocinadores de impostos que todos os pequenos comerciantes brasileiros têm que pagar. Por isso, durante a Copa FIFA, as grandes empresas, que cotidianamente lucram absurdos, sugam a força de trabalho do povo brasileiro e dominam nosso país, não pagam certos impostos (o Banco Itaú, Ambev, Hyunday, Coca-cola e outras deixaram de pagar Cofins, ICMs e impostos municipais). Ou seja, terão seus lucros maximizados durante a Copa, enquanto o povo brasileiro pagará a conta (aproximadamente R$ 10 bilhões).

Também exigiu que todos esses comerciantes ambulantes fossem retirados de seus pontos de comércio, somente para monopolizar o comércio com as mega-empresas patrocinadoras da Copa. Para aumentar ainda mais a destruição desses micro-comerciantes, os governos municipais não oferecem qualquer opção de trabalho e emprego a esses brasileiros.

Para garantir o monopólio, a FIFA exigiu também que no perímetro de 1 km dos estádios da Copa só sejam vendidos produtos dos seus patrocinadores (empresas como Coca-Cola, Mc Donalds, Johnson & Johnson, entre outros).

Isso é um duro golpe no pequeno comerciante brasileiro, que durante o dia-a-dia já sofre para se manter em pé. Já a FIFA e as empresas que a patrocinam, mandam e desmandam no Brasil, e não têm piedade do pequeno comerciante.

2. A dominação e opressão cultural: um golpe na identidade popular e nacional.

A Copa do Mundo não trará diversão ao povo brasileiro, que com seus olhos tristes tenta ver a luz dos estádios de bem longe. Na Copa que será realizada em solo nacional, os costumes e cultura brasileiros é retirada à força, e em seu lugar é vendida a indústria cultural estrangeira, das grandes potências.

No Brasil adentro, faz parte da cultura nacional a venda de alimentos e bebidas tipicamente brasileiras por vendedores ambulantes, que vivem sob constante xeque do estado brasileiro. Como já citado a cima, esses ambulantes foram retirados de seus pontos de venda sob exigência da FIFA por fins econômicos. Outro exemplo prático dessa desnacionalização do Brasil se deu quando o Estado brasileiro, após exigência da FIFA, chegou a proibir a venda de acarajés, comida da cultura nacional e popular que é vendida nas belas ruas de Salvador por vendedoras ambulantes (conhecidas como Baianas), durante a Copa – e se não fosse a luta incansável do povo baiano, o Estado não teria voltado atrás.

Além disso, as festas tradicionais da cultura popular brasileira também foram impedidas de serem realizadas ano passado, durante a Copa das Confederações, como a festa de São João na Bahia – o que significou um grande desrespeito à expressão cultural brasileira, um golpe na identidade nacional de cada cidadão brasileiro!

Todavia, a desconstrução da cultura popular brasileira também prossegue dentro do próprio futebol, tendo em vista que as arenas onde serão realizadas as partidas da Copa do Mundo, agora sob novos contratos que deixam a administração nas mãos de grandes magnatas empresariais, terão total poder para aumentar e inflacionar os ingressos, excluindo as massas brasileiras do futebol, propriedade cultural dos brasileiros! Isso torna impossível ao povo brasileiro assistir o jogo de perto. A Copa da FIFA no Brasil vai divertir gringos e turistas, deixando de fora da festa o povo que construiu, com suor e sangue, toda a estrutura dela.

3. Para o povo brasileiro: despejos, mazelas e repressão.

O povo brasileiro sofre com o submundo da Copa. Os governantes brasileiros, do âmbito municipal até o federal, se desdobram como cães a serviço da FIFA e dos grandes impérios industriais para realizarem com sucesso exigência por exigência.

Como as exigências desses inimigos do povo são exatamente o contrário do que exige o povo, logicamente, os governantes marcham incansavelmente contra o povo brasileiro, aumentando ainda mais a desgraça social, as mazelas e, quando o povo se revolta e cria consciência popular, aplica-se a repressão violenta com o aparelho de ‘segurança’: tudo para se garantir os interesses da FIFA e suas empresas.

Despejos e mazelas sociais: legados da Copa.

Reintegração de posse da favela da Telerj;
Registro do despejo do povo brasileiro por
exigência da FIFA.
O despejo de moradores de periferias e favelas por todo o Brasil já é cotidiano. Trabalhadores e toda a população pobre brasileira são despejados de suas casas ou barracos à força de tratores e Tropa de Choque, perdendo seus móveis e seu sagrado teto, sem qualquer indenização do Estado brasileiro. Os despejos são consequências da especulação imobiliária impulsionada por estes eventos e seus impérios, além de muitos outros empreendimentos imperialistas resultantes da Copa. Cerca de 250 mil brasileiros já são feitos reféns dessa corrida imobiliária. Não por ventura, os brasileiros seguem em luta por moradia e já seguem a marcha contra a Copa da FIFA no Brasil.

Já para os brasileiros que não têm teto, a população de rua, a situação tão somente é ainda pior: aos brasileiros que vivem nas ruas das cidades-sede, são retirados com a força e brutalidade, têm seus documentos e pertences recolhidos pelas autoridades municipais, assim como, em conjunturas ainda mais acirradas, chegam a simplesmente desaparecerem. Infelizmente para os povos do mundo, isso não é exclusivo do Brasil: na África do Sul, os sul-africanos que se encontravam nessa situação eram recolhidos e postos em grandes assentamentos afastados dos centros urbanos. Essas ações do Estado, não exclusivas do Estado brasileiro, maquiam a realidade dos países que são postos sob comando da FIFA para o turismo comercial.

Muito além dos próprios despejos e demais mazelas, a realização da Copa da FIFA no Brasil, assim como das Olimpíadas, faz crescer o turismo sexual, um instrumento de opressão à mulher brasileira e latino-americana. Tão evidente é que a própria FIFA se esquiva da responsabilidade de seu evento imperialista no crescimento desse fenômeno, como o governo brasileiro também, de forma covarde e submissa, não se declara sobre.

O terrorismo de Estado e a repressão contra os brasileiros!

Repressão fascista no RJ.
Os brasileiros que constroem a consciência popular e vêem a necessidade de lutar e se manifestar para mudar esse quadro de dominação que vive o Brasil, só recebem de resposta a repressão da Polícia e forças de ‘segurança’. Uma vez que sob ordens da FIFA, os governantes não permitem um suspiro de revolta popular, contra a dominação que vive o Brasil e contra a FIFA. Os traidores nacionais puseram o Brasil numa condição ainda mais de "colônia" do imperialismo, venderam a pátria brasileira ainda mais do que já éramos vendidos, tudo para garantir à FIFA a “Copa das Copas” (cheia de lucros, dominação e exploração).

Prevendo a revolta popular, em novembro de 2012, o governo federal já havia comprado 50 milhões de reais em armas menos letais (balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, entre outras), para serem utilizadas na repressão de manifestações e protestos populares e, inclusive sob os não violentos. Cerca de 2 bilhões de reais foram gastos em ‘segurança’ na compra de armamentos, equipamentos de vigilância e treinamentos – tudo para manter a ordem, que é determinada sob critério da FIFA e seus patrocinadores imperialistas.

Para massacrar as revoltas do povo brasileiro sob a falsificada palavra de ‘justiça’, a FIFA exigiu que se criasse um tribunal de exceção com raio de ação de 1 km ao redor dos estádios para julgar todos os crimes no entorno dos estádios com as determinações da FIFA, passando por cima da nossa própria soberania e Constituição. Ainda pior que isso, sob o critério da ‘Lei Geral da Copa’ e os PL’s (Projetos de Lei) como a ‘Lei anti-terrorismo’, qualquer revolta popular ou manifestação contra a dominação imperialista em nossa pátria podem ser enquadrar como ‘terrorismo’.

Nos morros cariocas, a repressão segue na trilha marcada do fascismo e terrorismo de Estado. As UPPs massacram à bala e sangue os brasileiros que ousam se levantar contra essa dominação estrangeira. A população carioca, favela por favela, organizam levantes e têm seus filhos mortos com o passar dos dias.

Nas ruas de Goiânia, os lutadores do povo seguem firme, sob forte repressão e perseguição do Estado, que promove uma verdadeira caça às bruxas! A luta popular nos exige suor e sangue, mas a libertação recompensa!

Nos asfaltos do Brasil adentro, os brasileiros resistem do norte a sul, na luta por poder popular, sob gritos de ‘FIFA GO HOME!’, baixo de balas de borracha e entre gás lacrimogêneo.

Abaixo a traição, a repressão, o imperialismo e a FIFA!

A realização da Copa da FIFA no Brasil é um reflexo nítido e claro da dominação que enfrenta o Brasil. Dominado por forças imperialistas estrangeiras, sobretudo os Estados Unidos (sendo os donos das maiores transnacionais patrocinadoras da Copa da FIFA), forças estas que seguem com o massacre ao povo brasileiro. Já a classe dirigente brasileira (a grande burguesia e latifúndio) e de seus governantes (incluindo o PT), promovem a maior traição dos últimos anos: mostraram na prática que preferem a submissão da pátria ao imperialismo do que a libertação.

O povo brasileiro tomou a consciência nacional e não se quieta, segue firme na luta popular das favelas do Rio de Janeiro às periferias do nordeste. Deixa claro que a revolução de libertação nacional virá do povo brasileiro, dos trabalhadores e trabalhadoras, fora das vias "convencionais", fora da ordem e institucionalidade burguesas.

Exatamente por isso, é inadmissível que os setores que se dizem populares e progressistas não se posicionem contra um evento que vai privilegiar grandes empresas estrangeiras, enquanto o povo brasileiro (do camponês/operário até o pequeno comerciante) vai ser engolido por essa grande onda de dominação. Aprovar este evento parasita, que vem de uma política venda-pátria do governo brasileiro dirigido atualmente pelo PT, é ir contra todo o povo brasileiro!

Estes setores não têm tempo mais a debater: obrigatoriamente, para se denominar ‘popular’ e ‘progressista’, há de se posicionar contra a realização da Copa do Mundo na nossa pátria. Todos que defendem a causa do poder popular, da libertação do nosso país e da emancipação das classes oprimidas devem tomar sua posição, e essa posição deve ser a da luta e da resistência ao saque aos cofres públicos brasileiros que será efetuado pela famigerada FIFA – como não só os saques aos cofres, como também as demais ingerências, desde as remoções de moradores pobres, higienização de moradores de rua, até a repressão aos comerciantes informais (ambulantes/camelôs) para lhes tirar dos locais centrais da cidade, para a cidade "não ficar feia pro gringo ver" (e é claro, para beneficiar os grandes empresários).

Cabe a nós, revolucionários e lutadores da causa popular, denunciar quem são os saqueadores, quem são os cúmplices e quem são os traidores!

Levantemos bem alto a bandeira da luta, de baixo de tiro da repressão fascista, sob o cantar das palavras de ordem: FIFA Go Home!

Morte à FIFA e ao imperialismo!

Abaixo a traição e a repressão!

Viva a luta popular e nacional!


E não, Não Vai Ter Copa!